segunda-feira, 26 de julho de 2010

Brasileirão chegando a 1/3 das rodadas

Na 10ª rodada o Brasileirão teve uma troca de liderança, graças à derrota do Corinthians para o lanterna Atlético GO e a vitória do Fluminense contra o Cruzeiro. Mas essa troca durou apenas até o domingo, quando o alvi-negro paulista voltou a vencer - 3 x 1 sobre o Guarani - e o Fluminense apenas empatou com o Botafogo no clássico carioca em 1 x 1.
Destaque positivo para o Internacional que chegou à sua quarta vitória consecutiva depois da copa e está em quarto na classificação. Já o destaque negativo fica para o São Paulo, que ganhou apenas um ponto em doze possíveis, e despencou da 6ª posição antes da copa para o atual 15º lugar.
Entre os quatro primeiros, o intruso é o Ceará que vem fazendo uma boa campanha e tem a melhor defesa do campeonato com apenas 4 gols e é o único time que ainda não sofreu gols jogando em casa.
Nos 110 jogos realizados, 55 foram vencidos pelos times da casa, 35 terminaram empatados e 20 foram vencidos pelos times visitantes. Nestes jogos foram marcados 276 gols, sendo 167 pelos times da casa e 109 pelo visitantes. A média de gols é de 2,50 por partida.



O dia em que Felipe Massa foi um simples Barrichello

O tema principal do meu blog é o futebol. Mas alguns fatos do esporte não podem passar em branco e merecem registro.

Neste domingo, 25 de julho, durante o GP da Alemanha de Fórmula 1, Felipe Massa liderava a prova na volta de número 49. Eis que o rádio entra em ação e por ele chega a mensagem codificada da equipe da Ferrari que dizia em outras palavras: "Diminua e deixe o Alonso ultrapassar."
Na volta seguinte o brasileiro acatou a ordem e viu o espanhol assumir a liderança e vencer a prova.

A repercussão de tal atitude foi imediata e a Ferrari foi multada imediatamente em 100 mil dólares. A prova ainda será julgada pela Comissão da FIA e o resultado está sub-judice, ou seja, não ainda oficializado.

Mas o que conta realmente é a postura de Felipe Massa, se subjugando ao comando da equipe, jogando no lixo a oportunidade de conseguir a vitória e deixar o nome do Brasil no topo do pódio. Massa mostrou que é apenas e tão somente um mero piloto, sem postura e sem compromisso algum com a história ou com aqueles que torcem por ele no Brasil. Simplesmente disse sim a uma ordem deixando escapar uma oportunidade única de se posicionar contra o poder da grana e da máfia que comanda as equipes da Fórmula 1. O circo, como é chamado, não tem nada de engraçado. Ali o que manda é o poder dos dólares, euros e outras moedas. E comprasse tudo e a todos.

Felipe Massa se iguala a Rubens Barrichello, ambos mostrando que não estão com o mínimo desejo de fazer história e sim, somente de manter os créditos em suas contas bancárias.

A troca de treinador da seleção

Logo após o término da péssima campanha da seleção da CBF na Copa da África, Ricardo Teixeira adiantou que o comando tomaria um novo destino, visando uma renovação.
Criou-se a expectativa em torno de qual seria o nome escolhido e muitos chutes foram dados. Chegou-se a falar até em Felipão, que havia recém acertado com o Palmeiras.

Na última sexta-feira, Muricy Ramalho, o treinador mais vencedor dos últimos cinco anos do futebol brasileiro, se reuniu com Ricardo Teixeira e foi convidado. A princípio avisou-o de que teria que conversar com os dirigentes do Fluminense, clube com o qual tem contrato. Para surpresa de todos, não houve a liberação e Muricy disse não.
Muricy é dos poucos no futebol que preserva a ética e a honestidade em suas decisões. Deixou claro que gostaria de aceitar o convite, mas, tendo contrato - verbal, diga-se de passagem - decidiu dar sequência no trabalho e cumprir seu contrato até o final. Perguntado se daqui uns dias o Fluminense o dispensasse, ele respondeu: "Se eles me mandarem embora, problemas deles".

Diante da negativa da primeira opção, Ricardo Teixeira colocou em prática o plano B, convidando Mano Menezes. Este aceitou prontamente e se desligou do Corinthians, entregando o clube para Adilson Batista, com a responsabilidade do primeiro lugar no Brasileirão.

O terceiro treinador gaúcho de 2002 para cá (Felipão e Dunga o antecederam) vem de conquistas com o Grêmio e Corinthians na Série B, além de uma Copa do Brasil e um Paulista também clube paulista.

Esperamos que suas convocações sejam baseadas única e exclusivamente nos critérios técnicos. Esperamos que a força de empresários não se façam presentes nesta possível renovação da seleção.

Mas, em sua passagem pelo Corinthians, algumas indicações para contratações foram colocadas em cheque. Isso porque Mano Menezes tem como empresário o sr. Carlos Leite que também é empresário de alguns jogadores. Carlos Leite faz parte de um grupo de agentes da FIFA intitulado "organização" com nomes como Franck Henouda (o empresário do caso Junior), Kia Joorabchian, Wagner Ribeiro e Giulano Bertolucci.

Ficaremos de olho nos primeiros nomes convocados para ver se não existem coincidências entre os escolhidos e seus empresários.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cresce movimento Fora Ricardo Teixeira





Entrevista publicada pelo Site da Revista Carta Capital.

Ex-presidente da Bovespa, Eduardo Rocha Azevedo lança o movimento: “Tira Teixeira”

Por Rodrigo Martins

Pela primeira vez em mais de 20 anos, Teixeira enfrentará um movimento de resistência encampando pela sociedade civil. O articulador da campanha “TT”, de “Tira Teixeira”, é Eduardo Rocha Azevedo, ex-presidente da Bovespa e um dos fundadores da BM&F. “O pessoal que hoje dirige a CBF não tem credibilidade para fazer uma Copa do Mundo”, avalia.

CartaCapital: Por que promover uma campanha pela renovação da CBF?
Eduardo Rocha Azevedo: Porque quem está no poder é incompetente. Basta avaliar o desempenho da seleção brasileira, que foi à Copa sem comando. Todos os erros que foram cometidos no passado se repetiram e qual é a desculpa? “Ah, 2014 será a nossa Copa”. Como? O pessoal que hoje dirige a CBF não tem credibilidade para fazer uma Copa do Mundo.

CC: A crítica se concentra exclusivamente no desempenho da seleção?
ERA: Não, é pela falta de transparência, pela ausência de democracia. O Brasil só conseguiu crescer depois que nós trouxemos de volta o sistema democrático, com alternância de poder. A CBF não cresceu. Ela cresceu em arrecadação, na cota de patrocínio, mas mantém essa dinastia arcaica. O feudo vem de João Havelange, que passa o poder ao genro. E lá se vão 50 anos com o mesmo pessoal. Ninguém mexe com eles. Perdeu a Copa? No máximo a culpa é do Dunga, é do Jorginho, é do Felipe Melo. Para mim, não. A culpa é de quem manda, é do Ricardo Teixeira.

CC: Daí o slogan do movimento...
ERA: Exato. Se quisermos fazer uma Copa em que o povo brasileiro possa acreditar, tem que ser pelas mãos de uma outra pessoa. Não pode ser esse senhor ai. Por isso eu comecei com a campanha “TT”, “Tira Teixeira”, e espero que as pessoas a espalhem pelo Twitter, por blogs, do jeito que der. Quem não consegue organizar uma seleção não pode organizar uma Copa. Outro dia, vi no jornal uma coisa que até me assustou. Como o Brasil é muito grande, a Fifa quer dividir o País em quatro centros para as seleções não terem que viajar muito. Teixeira vai dividir o Brasil em capitanias hereditárias, resta agora saber quem serão os donatários. Outro absurdo é a composição do Comitê Organizador Local (COL), na qual apenas cinco pessoas apitam além do Teixeira: sua filha e quatro parceiros de longa data.

CC: Qual é o risco que corremos?
ERA: Desperdiçar dinheiro público. Porque não é só estádio. É estrada, transporte coletivo... Não temos a mesma capacidade de investimento de um país desenvolvido, mas querem que o Brasil construa arenas monumentais. Estive na África, e o choque cultural é uma barbaridade. Eu achei que tinha melhorado com essa história da Copa, mas não. Ou então era muito pior.

CC: Que choque é este que o senhor presenciou?
ERA: Há uma diferença muito grande entre negros e brancos. Mas a população pobre, independentemente da cor, não tem nada, é miséria absoluta. Então a Fifa impõe que a cidade faça um novo estádio, gaste bilhões de dólares. Veja o caso do Brasil. Cuiabá é uma cidade-sede, vai fazer um estádio ao custo de uns 400 milhões de reais, num lugar que não tem nem futebol. Quantos times do Mato Grosso estão jogando na série A do Campeonato Brasileiro? Não tem. Ao invés de pegar esse recurso e gastar com outra coisa, que vá suprir as necessidades da população, vão gastar num estádio. Para quê? Como a Fifa exige que o Brasil faça um mundial como se nós fossemos os EUA? Ela não está nem aí para o interesse público. E alguém tem de enfrentar essa situação.

CC: A Fifa não tem compromisso com o interesse público?
ERA: Ela não está nem aí. Quer apenas fazer um campeonato mundial bonito e depois ir embora. E também não tem transparência. Teve transparência o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro? Alguém sabe quanto se gastou?

CC: Orçado em cerca de 400 milhões de reais, saiu por 4 bilhões. Dez vezes mais que o previsto inicialmente.
ERA: Teve transparência? Alguém viu essa conta? A CBF é uma entidade civil, não é uma entidade pública. Não tem compromisso com a transparência. E o Comitê Organizador Local, composto pelo staff da CBF, faz parte dessa dinastia. Foi divulgado pela imprensa que a obra no Maracanã poderá custar 1 bilhão de reais. Pô, um bilhão é muito dinheiro em qualquer lugar do mundo. E fica essa propaganda em cima da população brasileira dizendo que a Copa de 2014 será um grande evento, o Brasil arrecadará, em 2014, 180 bilhões de dólares. Como se faz essa conta?

CC: Tiraram o número da cartola?
ERA: Só pode, e fica essa onda de torcer pelo Brasil, a “pátria de chuteiras”. Eu sou obrigado a ligar a televisão e ver a mãe do jogador dando entrevista, como se o sujeito fosse um soldado. Uma parte da população não está nem ai se a Seleção ganha ou perde. Mas deveria se preocupar com o custo dessa Copa.

CC: O governo também não está sendo omisso?
ERA: O governo é engraçado, porque o presidente falou outro dia que ninguém poderia ficar mais de oito anos no comando do sindicato, na CBF, de qualquer entidade da sociedade civil. Mas a CBF teve de enfrentar, uns tempos atrás, uma CPI no Congresso. E a bancada governista ajudou a enterrar as investigações.

www.cartacapital.com.br

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quem vai por limites para Ricardo Teixeira?

Matéria de capa da Revista Carta Capital: Quem vai por limites?



Os interesses da FIFA e do Ricardo Teixeira não são necessariamente os mesmos do país.

Não causará espanto se pelos próximos quatro anos, o presidente da república, independentemente de quem vença as eleições, ficar à sombra dos holofotes de Ricardo Teixeira, chefe da CBF e do COL da Copa de 2014: será ele o imperador do Brasil a palpitar sobre qualquer obra pública relacionada á realização do Mundial.

Amigo próximo do francês Jerome Valcke, poderoso secretário geral da FIFA, com quem está em perfeita sincronia, terá plenos poderes para decidir o que deve ser feito e como. A menos que alguém se disponha a colocar um freio.

As primeiras reações, ainda que limitadas, começam a aparecer. Autoridades paulistas deverão reapresentar à FIFA a candidatura do estádio do Morumbi para sediar os jogos em SP, a despeito da vontade de Teixeira, que vetou a arena.

A primeira opção é o Morumbi, a segundo é o Palestra Itália, e a terceira o Pacaembú, afirmou Caio Carvalho, presidente da SPTuris e coordenador do Comitê Paulista. “Não queremos investir dinheiro em uma nova arena e confiar um projeto a um empreendimento que possa deixar a conta para o poder público mais tarde”.

O presidente Lula reforça a defesa do Morumbi, além de demonstrar publicamente sua indignação com a pressão da FIFA em construir obras públicas que podem se converter em elefantes brancos. No âmbito da sociedade civil, também há desagrado.
Eduardo Rocha Azevedo, ex-presidente do Bovespa, e um dos fundadores, decidiu encabeçar um movimento pela renovação da CBF e pela transparência no Mundial. “A campanha está batizada como TT, de ‘Tira Teixeira”. Não dá mais para confiar nessa dinastia que se perpetua no poder há mais de 50 anos”, afirmou. “Outro absurdo é a composição do COL, no qual apenas cinco pessoas apitam allém do Teixeira: sua filha e mais quatro parceiros de longa data”.

Desde o fim da Copa de 2010, na África do Sul, a imprensa noticia amplamente os atrasos do Brasil na organização do evento, e, sobretudo, as acusações da FIFA: de que ‘falta tudo’, disseminadas por Valcke e amplificadas pelo seu aliado ver-amarelo, com quem costuma passear de iate pela costa brasileira. O primeiro, ex-repórter do Canal+, misteriosamente promovido à cúpula da FIFA depois de dar um prejuízo de 90 milhões de dolares à entidade chefiada pelo suíço Joseph Blatter.

Como se fosse o secretário-geral das Nações unidas, Valcke ameaçou punir a França e a Nigéria por ‘ingerência indevida’ do Estado nas questões da bola. Também celebrou a exclusão do Morumbi como ‘uma notíca esplêndida” e apresentou a lista de compras para o Brasil, caso queira obter uma boa avaliação da sua Copa.

“Precisamos construir estádios, estradas, o sistema de telecomunicações, aeroportos e ver se há número suficiente de hotéis.”

Contrariado, Lula reagiu: “Terminou uma Copa do Mundo na África do Sul, agora já começam aqueles a dizer: “Cadê os aeroportos brasileros? Cadê os estádios? Cadê os corredores de trem? Cadê os metrôs?, como se fôssemos um bando de idiotas que não sabemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.
Apesar da rusga, que reverberou na mídia internacional, o governo tem feito de tudo para cumprir as exigêncais da FIFA. Concedeu ao staff da entidde, bem como as empresas parceiras e aos patrocinadores, um pacote de renúncias fiscais. E tem se esforçado para aprovar leis para flexibilizar o processo de licitação para as obras do Mundial, além de reservar rios de dinheiro para elas.

A Copa de 2010 foi um negócio sem precedentes para a FIFA. A competição na África do Sul rendeu ao menos 3,2 bilhões de dólares à entidade que comercializa o futebol mundial, receita 50% maior que a obtida na Alemanha quatro anos antes, anunciou Valcke. Não por acaso, Blatter rasga-se emelogios ao país que abrigouos jogos. “A África do Sul merece nota nove. A perfeição não existe, sempre há coisa a melhorar. Nove em dez é aprovado com louvor”.

Trata-se de um elogio e tanto. Aos alemães, desorganizados sob o olhar confiabilíssimo da FIFA, restou a nota 8 pelo mundial de 2006.

A despeito do canto da sereia, os anfitriões sul-africanos tem poucas razões para comemorar. Estima-se que o evento deixou para a eocnomia do país 4,9 bilhões de dólares, equivalente a 0,4% do PIB.

Só que o governo central e as províncias que receberam os jogos tiveram de desembolsar mais de 6 bilhões de dólares em investimentos. No fm das contas, o prejuízo foi de 1,1 bilhão, a ser pago pelos próximos 10 anos, segundo analistas.

Apenas para a construção de cinco estádios e a reforma de outros cinco, foram gastos 2,4 bilhões. Passado o circo da FIFA, diversas arenas, como Green Point, erguido na Cidade do Cabo com a promessa (não cumprida de abrigar o jogo inaugural) terão de ser readequadas para as partidas de rúgbi, o esporte mais popular da África do Sul e correm sério risco de ficar ociosas.
Além disso, pouco legado restou para as cidades sede, nas quais a miséria atinge 60% da população, e a disparidade entre ricos e pobres é semelhane à existente no Brasil, uma das mais altas do mundo. Um dos raros benefícios da Copa foi a oportunidade dada aos brancos de visitar o paupérrimo bairro de Soweto sem serem agredidos pela população negra que lá vive.

Na Alemanha, de nota 8, as coisas foram diferentes. Dos cerca de 2 bilhões investidos em estádios, apenas um terço foi financiado pelo Poder Publico (no Brasil, 9 dos 12 estádios serão construídos ou reformados com dinheiro estatal).

Além disso, o governo da premier Angela Merkel se impôs sobre a Fifa. Primeiro, por manter o tradicional estádio olímpico de Berlim como a arena para a final da Copa (a Fifa queria um estádio novo). Segundo, por não permitir alterações na fachada da edificação dos anos 30, como pretendia a entidade. Para fazer a cobertura da arena, as vigas ficaram do lado de dentro, contrariando pela terceira vez os projetos ‘anti pontos cegos’ de Blatter e cia.
O exemplo sul-africano deve servir de alerta para o Brasil. Para sediar o Mundial de 2014, estão reservados 24 bilhões de reais entre investimentos federais, estaduais e muncipais envolvidos no evento. A cifra, na verdade, pode ser muito maior. A pedido do Ministério do Esporte e da CBF, a Associação Brasileira de Infraestrutura fez um levantamento ano passado que estima em 100 bilhões de reais a conta do evento.
A julgar pelo mal exemplo do Pan Americano de 2007, sobram desconfianças. Orçado inicialmente em 400 milhões de reais, o Pan terminou com um gasto público superior a 4 bilhões de reais e uma avalanche de denúncias de superfaturamento e corrupção. Além disso, os investimentos para a Copa tem de seguir a cartilha do COL, no qual Teixeira reina absoluto. O seleto grupo, que presta conta somente à Fifa, não possui nenhuma representação da sociedade civil ou do poder público, fato inédito nas edições do Mundial.

Se na África do Sul o COL possuia centenas de integrantes, no Brasil é um grupo de apenas seis pessoas. Na presidência, Teixeira, que completará 25 anos no comando da CBF em 2014 e foi indiciado por 13 crimes nas CPIs do futebol. Em 2001, foi condenado por sonegação fiscal pela 22ª Vara Federal do RJ. O episódio, conhecido como voo da muamba, parece tragicômico. Após a vitória na Copa de 1994, Teixeira tentou entrar no território nacional sem passar as bagagens da delegação pela alfândega.

Os fiscais da Receita encontraram 13 toneladas de mercadorias importadas, incluindo máquinas de chope para a cervejaria que o dirigente possui no Jockey Club do Rio. A imprensa suíça também noticiou que Teixeira teria recebido propinas da ISL, empresa que negociava os contratos de marketing e direitos de tv em nome da FIFA até 2001, quando quebrou. O dinheiro, num total de 2,5 milhões de francos suíços, teria sido depositado na conta da Benfor Investments, que o próprio Teixeira admitiu ser sócio, jutamente com o genro João havelange, em entrevista ao jornalista Jean François Tanda.
O Comitê da Copa de 2014 é composto ainda por Joana Havelange, filha de Teixeira, nomeada secretária-executiva. A diretoria jurídica ficou a cargo de Francisco Mussnich, advogado número 1 de Daniel Dantas e companheiro de Verônica, a irmã do banqueiro condenado a 10 anos por corrupção ativa. Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da CBF atua na mesma função no Comitê .

O arquiteto Carlos de La Conte, que assessorou o Ministério do Esporte 2002 para projetos de centros esportivos, tornou-se o consultor de estádios. Na diretoria financeira, Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e administrador do patrimônio pessoal de Teixeira. É tudo.

Na avaliação do deputado federal Silvio Torres, o governo federal demorou demais para tomar as rédeas do processo. “Esse comitê impôs o que quis até agora.” Para evitar a repetição das maracutaias do Pan, o parlamentar aposta no trabalho de uma rede de fiscalização montada por deputados, senadores e representantes dos tribunais de contas. “Só precisamos ter a garantia de acesso á informação”.

O assessor especial de futebol do Ministério do Esporte, Alcino Rocha, minimiza a importância da ausência do poder público no COL. Cada país tem características próprias e uma maneira de agir. No Brasil, o comite é uma entidade privada, um berço da FIFA. Mas o governo federal também tem um grupo interministerial, que dialoga muito bem com o COL e os comitês regionais”.

De acordo com Rocha, as discordâncias com Valckke são pontuais. “Dizer que falta tudo
é descabido. Talvez ele não conheça a estrutura do Brasil. Temos uma boa rede hoteleira e um excelente quadro de telecomunicações, tanto que somos o segundo país que mais acessa internet no mundo. Os principais gargalos são os aeroportos, o que já era um consenso e a readequação e construção de estádios para a Copa.
De acordo com um estudo divulgado recentemente pelo Ipea, das 12 cidades sedes, 3 aeroportos operando no limite da capcidade máxima, e, em alguns casos, estão ‘beirando o colapso operacional” Para equacionar o problema, o presidente Lula deve anunciar, na segunda-feira, um investimento de 5,2 bilhões de reais, garantido com recursos de orçamento da União.

Quanto ao PAC da Mobilidade, especialistas mostram-se preocupados com as obras de VLT em Manaus e Brasília e o monotrilho de SP, que demandam um tempo maior de construção e ainda não foram licitados. ” O grosso do investimento do PAC são os corredores de ônibus de alto desempenho, que podem ser finalizados entre 2 e 3 anos, diz Marcos Filho, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Em relação aos estádios, causa preocupação a Arena das Dunas, em Natal. Com investimento previsto de 400 milhões de reais a licitação da PPP não virá à mesa antes de agosto. Também está com problemas gravíssimos a Arena da Baixada, de Curitiba, que, a exemplo de Natal, corre o risco de ser excluído por falta de garantias financeiras.

Nenhuma cidade enfrenta um drama maior, no entanto, do que São Paulo, cidade mais rica e populosa da América do Sul. Graças a vontade de Teixeira e cia, o estádio do Morumbi, que apresentou 5 projetos de reforma com financiamento privado, acabou sendo vetado.

O COL tentou impôr ao clube uma reforma de 650 milhões de reais, o que faria o SPFC, proprietário da arena, assumir uma dívida pelos próximos 30 anos. Os projetos recusados, orçados entre 185 milhões e 250 milhões de reais, são assinados pelo escritório alemão GMP, o mesmo que reformou 6 estádios para as últimas duas Copas. A misteriosa exclusão do Morumbi surpreendeu a todos os que não estão acostumados com os bastidores do futebol brasileiro. Juvenal Juvêncio é um dos tradicionais opositores de Teixeira, e fez forte campanha pela reeleição de Fabio Koff na presidência do C13, que defende os interesses dos clubes brasileiros, especialmente negociação de direitos de tevê. Teixeira sofreu um revés, pois promoveu a campanha do derrotado Kleber Leite.

Em conversas reservadas, diretores são-paulinos afirmam que, desde o início, houve má vontade por parte dos organizadores, que faziam novas exigências a cada projeto apresentados. Um deles, envolvido na negociação com a FIFA, afirma que, ao contactar investidores para a reforma do Morumbi, eles informavam que já haviam sido procurados pelo empresário J. Hawilla, dono da Traffic, que agencia jogadores . A intenção era criar um fundo privado e erguer um novo estádio em SP. Tudo com o aval de Teixeira, seu amigo. Hawilla e a Traffic negam a articulação pelo novo estádio na capital.

Tão logo ficou evidente a indisposição de Teixeira e da FIFA com o Morumbi, empresas, lobistas e políticos em busca de oportunidades começaram a trabalhar nos bastidores pela construção de um novo campo em SP, com orçamento bilionário. O prefeito da capital paulista, Kassab, que hoje se declara defensor do Morumbi, tentou acelerar um projeto engavetado desde 2006, quando o governo municipal planejava criar um centro de exposições com o triplo do tamanho do Anhembi.

Com a ampliação do equipamento tornou-se inviável pela falta de terreno no entorno do Anhembi. Kassab escolheu Pirituba para abirgar o novo emprendimento, que inclui a construção e hotéis, de uma arena multiuso para 40 mil espectadores.
Dali a aproveitar o ensejo da Copa e oferecer aos presidentes dos princiais clubes paulistanos a oportunidde de aderir ao projeto Piritubão.
De acordo com fontes ligadas ao governo municipal, Kassab mostrou o projeto para Del Nero, da FPF e Andrés Sanches, presidente do Corinthians, Rosenberg, vice de marketing do Corinthians, afirma que jamais houve interesse de aderir à empreitada.

“Temos um projeto de estádio por R$ 250 milhões, em Itaquera, bairro com maior concentração de corintianos, com terreno próprio próximo do metrô. Para que desistir disso em busca de uma aventura que pode custar o triplo do preço?"

Não foi apenas por falta de interesse que o Piritubão naufragou. O terreno, ainda não desapropriado, está contaminado com metais pesados. Estima-se que a despoluição demore, no mínimo, 1 ano. Além disso, as obras precisariam de uma licença ambiental, que não costuma sair em menos de 2 anos segundo especialistas.

Hoje, todo mundo admite ser uma bobagem construir um estádio de 1 bilhão de reais só para abrigar a abertura da Copa. O que fazer após a competição com uma arena com mais de 65 mil lugares desvinculada de qualquer clube?

Segundo fontes ouvidas por Carta Capital, Teixeira, após vetar o Morumbi, encaminhou uma carta para representantes do governo de SP que causou muito descontentamento entre funcionários do primeiro escalão.
Uma resposta em tom professoral e seca, na qual explica, sem mais detalhes, as razões da exclusão do estádio, uma questão fechada. Houve quem quisesse respondê-la à altura, mas se optou por evitar o desgaste.

Certo é que, caso se confirme a decisão do Comitê Paulista de apresentar a candidatura do Morumbi e de não apoiar a construção de uma nova arena na cidade, esta será a primeira vez que o longevo presidente da CBF terá de recuar. Dispensar a capital paulista como cidade sede é uma situação difícil de explicar até mesmo para a FIFA, onde o dirigente sonha em ser eleito presidente em 2015. Seu principal adversário é o parceiro de ocasião Jerome Valcke.

Fonte: Blog do Birner (http://blogdobirner.virgula.uol.com.br)reproduzindo matéria de capa da Revista Carta Capital.

domingo, 18 de julho de 2010

Copa acabou e voltamos para a realidade do Brasileirão 2010

Depois dos 31 dias de Copa do Mundo, vencida brilhantemente pela Espanha, o torcedor brasileiro volta novamente seus olhos para o futebol caseiro e o Brasileirão, com 60 clubes divididos em suas séries A, B, C e D. Claro que o foco principal é a primeira divisão onde estão nossos principais times. Mas, pelos quatro cantos do país o torcedor não deixa nunca de companhar o seu clube de coração, mesmo que esteja na quarta-divisão.

SÉRIE A (20 Clubes)
Atlético/GO - Atlético/MG - Atlético/PR - Avaí - Barueri – Botafogo Ceará – Corinthians – Cruzeiro – Flamengo – Fluminense – Goiás Grêmio – Guarani – Internacional – Palmeiras – Santos - São Paulo Vasco da Gama - Vitória

SÉRIE B (20 Clubes)
ASA – América MG – América RN – Bahia – Bragantino – Brasiliense – Coritiba – Duque de Caxias – Figueirense – Guaratinguetá – Icasa- Ipatinga – Náutico – Paraná – Ponte Preta – Portuguesa – Santo André – São Caetano – Sport – Vila Nova

SÉRIE C (20 Clubes)
ABC RN – Águia – Alecrim RN – Brasil – Campinense – Caxias – Chapecoense – CRB – Crisciúma – Fortaleza – Gama – Ituiutaba – Juventude – Luverdense – Macaé – Marília – Paissandu – Rio Branco – Salgueiro – São Raimundo

SÉRIE D (40 Clubes)
Grupo 1: América-AM - Cristal - Remo - Cametá-PA
Grupo 2: Náuas-AC - Vilhena-RO - Mixto - Vila Aurora
Grupo 3: JV Liberal-MA - Flamengo-PI - Guarany-CE - Sampaio Corrêa
Grupo 4: Santa Cruz - CSA - Confiança - Potiguar
Grupo 5: Central - Fluminense-BA - Treze - River Plate-SE
Grupo 6: Ceilândia - Brasília - Botafogo-DF - Araguaína-TO
Grupo 7: Camaçari - Rio Branco-ES - Uberaba - América-RJ
Grupo 8: Madureira - Tupi - CENE-MS - Botafogo-SP
Grupo 9: São José-RS - Operário-PR - Joinville - Oeste
Grupo 10: Iraty - Pelotas - Marcílio Dias – Metropolitano

O Brasileirão da Série A chegou neste final de semana em sua nona rodada. Tem times disputando o Brasileiro e a Libertadores ao mesmo tempo (São Paulo e Internacional) e também a Copa do Brasil (Santos e Vitória). Muitas teorias se fazem em torno disso. Alguns pensam que se deve priorizar os torneios que estão na fase decisiva e outros que se deve disputar tudo com os melhores jogadores. Falar que o Brasileiro tem 38 rodadas e que se pode recuperar lá na frente é uma falácia, pois já vimos em edições anteriores que isso nem sempre é possível.

Antes da parada para a Copa do Mundo, com sete rodadas disputadas, os quatro primeiros colocados eram Corinthians, Ceará, Fluminense e Santos. Já os quatro últimos eram: Atlético PR, Atlético MG, Vasco e Atlético GO.
Duas rodadas depois da Copa e temos agora entre os quatro: Corinthians, Fluminense, Ceará e Flamengo e Cruzeiro. Sim, Flamengo e Cruzeiro estão empatados em todos os critérios. Já entre os quatro últimos: Grêmio, Vasco, Atlético PR e Atlético GO.

OS GRANDES DE SÃO PAULO

O Corinthians lidera e voltou bem depois da parada da copa. Empatou fora com o Ceará e ganhou do Atlético MG no Pacaembu. Mas uma parte da torcida está descontente com o estilo de jogo adotado por Mano Menezes. A maior crítica é quanto ao estilo retranqueiro de se jogar. As vitórias sempre são apertadas e uma hora ou outra vai ser difícil garantir os três pontos. O ambiente interno foi abalado pela atitude do goleiro Felipe, que acertou uma transferência para a Itália que acabou não acontecendo. Voltou ao clube e foi afastado.

O Santos, o time mais badalado do primeiro semestre e campeão paulista, conheceu duas derrotas, sendo uma na Vila Belmiro, hoje, para o Fluminense de Muricy Ramalho. Neymar, Ganso, Robinho e André parecem ter deixado o bom futebol no primeiro semestre. O time santista disputa ainda a Copa do Brasil e está na final contra o Vitória.

O Palmeiras contratou Luiz Felipe Scolari e reacendeu a esperança no torcedor. No primeiro jogo, comandando da cabine, o Palmeiras venceu o Santos. Mas hoje, jogando contra o Avaí, em sua estréia no campo de jogo, Felipão já conheceu sua primeira derrota, mesmo jogando com um homem a mais a maior parte do tempo.

Já o São Paulo conseguiu jogar uma nuvem negra sobre as boas atuações que teve no final do semestre passado, principalmente nos jogos das quartas-de-final da Libertadores contra o Cruzeiro. No primeiro jogo depois da parada do campeonato, pegou o Avaí no Morumbi e mostrou um futebol muito fraco e perdeu de 2 x 1. Veio o jogo contra o Vitória, quando vários jogadores prometeram reação e melhor desempenho, e novamente o time foi dominado só mostrou um bom futebol depois dos 25 minutos do segundo tempo, após entradas de Cléber Santana, Fernandinho e Washington. A ira da torcida se volta principalmente contra Ricardo Gomes.

Classificação após a Rodada 9

terça-feira, 13 de julho de 2010

PIRITUBA - PARTE DO TERRENO DO FUTURO ESTÁDIO ESTÁ CONTAMINADO



O terreno de Pirituba onde a cúpula da CBF cogita construir um estádio para abrigar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 está contaminado por metais pesados e passa por um processo de "recuperação ambiental". É o que informa o último relatório da Companhia de Tecnologia Ambiental (Cetesb), divulgado em novembro de 2009, com a relação das áreas contaminadas no Estado.

Para ambientalistas que tiveram acesso ao relatório, a descontaminação da área vai levar ao menos três anos, o que pode inviabilizar o projeto da nova arena e atrasar a construção do novo centro de convenções planejado pela Prefeitura. Qualquer escavação na área, declarada de utilidade pública pela Prefeitura em 2009, está proibida pelo governo do Estado. O processo de "remediação" já teve início, diz o relatório.

A contaminação por metais também atinge o lençol freático que atravessa parte do terreno, ocupado até os anos 1960 por indústrias metalúrgicas e por fabricantes de óleos graxos. O documento ainda diz que existe a presença de solventes halogenados, como clorofórmio, no solo e subsolo. A causa da contaminação foi o descarte irregular de resíduos, relata a Cetesb. Desde 2004, quando a Cetesb passou a divulgar a lista de áreas contaminadas na internet, o terreno em Pirituba é considerado um passivo ambiental da cidade.



Mas a contaminação chegou ao conhecimento de ambientalistas do Movimento em Defesa do Pico do Jaraguá só no mês passado. A entidade promete elaborar até o fim do mês uma ação civil contra a construção do estádio em Pirituba. "Os estádios na Copa de 2006 e 2010 tiveram forte conotação ambiental. Não podemos ter um justamente em área contaminada. Exigimos a descontaminação da área já. E sabemos que isso é um processo lento e criterioso", afirmou Edson Domingues, coordenador da entidade.

O Plano Diretor de 2002 também proíbe obras em área consideradas contaminadas. Procurado, o governo municipal diz nunca ter cogitado a construção de um estádio no local. Mas, segundo a assessoria, a contaminação está restrita em um perímetro de 2 mil a 3 mil metros e não inviabilizaria o centro de convenções. Apesar das inúmeras negativas da Prefeitura sobre a arena em Pirituba, foi o próprio prefeito Gilberto Kassab que falou sobre essa possibilidade ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no fim do ano passado.

Se o projeto de construção do estádio em Pirituba não puder sair do papel, São Paulo terá de encontrar uma alternativa para poder receber jogos do Mundial. As opções seriam o Morumbi e a Arena Palestra Itália - mas em ambos os casos não seria possível receber o jogo de abertura.

Para o Morumbi ser "ressuscitado", a Fifa teria de aprovar o projeto para uma reforma menor, que custaria cerca de R$ 240 milhões. O São Paulo chegou a enviar esse projeto para a entidade, que nem sequer o levou em conta porque já havia decidido pela exclusão do estádio. A Arena Palestra Itália, que deve levar ficar pronta em 2012, será erguida com base nas exigências da Fifa. Mas não terá a capacidade para 65 mil pessoas necessária para sediar a abertura.

Se abrir mesmo mão de lutar pelo jogo inaugural, São Paulo tentará trazer para cá o Centro de Imprensa - que está previsto para ser no Rio de Janeiro. A avaliação é de que a cidade faturaria mais com milhares de jornalistas comendo e se hospedando aqui durante um mês.

A Cetesb informou que somente hoje conseguiria fornecer mais detalhes do passivo na região, como o perímetro da área contaminada dentro do terreno - que pertence à Anastácio Empreendimentos, uma das empresas da Companhia City de Desenvolvimento. A área de 4,9 milhões de metros quadrados onde está projetada a construção do centro de convenções e o possível estádio da Copa tem o tamanho de três parques iguais ao do Ibirapuera.

(Matéria divulgada pela Agência Estado)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

UM DIA VOLTAREMOS A TER UMA SELEÇÃO VERDADEIRAMENTE BRASILEIRA?

São 22 horas e 53 minutos de segunda-feira, dia 12 de Julho. Pela internet estou assistindo a chegada da seleção....... uruguaia. Sim, isso mesmo. A seleção uruguaia está desembarcando no Aeroporto de Carrasco, em Montevidéo.

Resolvi assistir para ver como seria a recepção da seleção que perdeu seus dois últimos jogos na Copa da África e terminou em quarto lugar.
E o que estou constatando é que existe uma identificação total entre a seleção uruguaia, imprensa e o povo uruguaio. Mais de 1.000 pessoas estão presentes no aeroporto, cantando "Soy Celeste, Celeste Soy" e gritando "Campeones".

Um conjunto cantando músicas típicas do país. Todos os jogadores estão dando entrevistas, com a maior calma e atenção, respondendo a todas as perguntas pacientemente, sem arrogância. São jogadores que realmente representaram um país, e não pop stars. Diego Forlán, o melhor jogador da Copa, também deu entrevista, sem aquelas frases prontas e os chavões de sempre. Nada de máscara. Tudo espontâneo, sem formalidades ou protocolos. E tudo na maior paz.

Escrevo tudo isso e fico pensando: Será que um dia voltaremos a ter uma seleção realmente brasileira? A distância que existe entre os jogadores da canarinho e o povo brasileiro é enorme. Não é atoa que todos os jogadores e o Dunga insistiam em dizer em todas as entrevistas, que "a seleção voltou a ter o carinho do povo." Eles estavam tentando fazer isso se tornar realidade, mas não conseguem. Ou se é natural, ou não existe identificação.

Soa muito falso ouvir algumas declarações como: "Estou triste por perder a copa e não poder dar esse presente ao povo brasileiro". São afirmações totalmente desprovidas de autenticidade. Julio Cesar, Kaká, Robinho, Gilberto Silva, Elano, Lúcio, Juan não são ídolos.

A distância entre povo e seleção ficou ainda maior com a postura de Dunga, sempre arrogante e brigando com tudo e com todos. Suas entrevistas eram shows de mau humor e queixas, sempre se colocando como vítima.

O exemplo dado pelo selecionado uruguaio é marcante. Conseguiram a classificação a duras penas. Perderam em pleno Estadio Centenario de Montevidéo para a Argentina na última rodada das eliminatórias. Foram disputar a repescagem contra Costa Rica e suaram para conseguir a vaga. Chegaram ao mundial totalmente desacreditados, com um time limitado tecnicamente, mas repleto de jogadores com brío e vontade de jogar, e não de guerrear.

Diego Lugano mais uma vez foi um monstro, jogando com toda a disposição e entrega, mesmo depois de sua contusão no joelho.

Diego Forlán, filho de Pablo Forlán, foi o melhor da Copa, jogando no meio de campo, posição em que não está acostumado a jogar no Atlético de Madrid.

Como eu tive o prazer de ver a seleção de 1970, campeã do mundo, com jogadores como Gérson, Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Clodoaldo, Félix, Carlos Alberto e outros, acho que fiquei mal acostumado.

Minhas filhas, de 17 e 14 anos, nunca assistiram a um jogo da seleção como eu assistia na década de 1970 e anos posteriores. Havia toda uma expectativa pelas convocações, ficávamos torcendo para ver os jogadores de nossos times sendo chamados para disputar até mesmo amistosos.

Será que um dia voltaremos a ter uma seleção autenticamente brasileira, com verdadeiros jogadores de futebol, e não estrelas acostumadas simplesmente a desfilar nos gramados europeus? Infelizmente eu não tenho esperanças de que isso possa voltar a acontecer. Lamentavelmente.

domingo, 11 de julho de 2010

ESPANHA CAMPEÃ, PELO BEM DO BOM FUTEBOL




A Espanha venceu e o futebol ganhou. Pelo bem do esporte mais popular do mundo, venceu a seleção que jogou futebol, sem medo de atacar e sem medo de perder. O bom futebol sai vencedor.

Em 1982, pelo bem do bom futebol, o Brasil deveria ter vencido. Mas, venceu a força da Itália e, de lá para cá, a teoria do futebol de resultado começou a ganhar força, infelizmente.

O Brasil embarcou nessa onda e surgiram os treinadores que defendiam a tese de que "não adianta jogar bonito e perder", como se fosse verdadeira a tese de que "aqueles que jogam burocraticamente sempre saem vencedores".

1994 foi o apogeu, com Carlos Alberto Parreira e a tese de que "primeiro temos que nos defender para se possível atacar". E veio, infelizmente, a vitória nos penaltis contra a Itália, naquela que foi a primeira final de copa a terminar em 0 x 0.

Muitas equipes passaram a contratar técnicos que defendiam essa filosofia. Até mesmo nas categorias de base esse modo de ver o futebol foi ganhando espaço. Começou a proliferar os volantes de contenção e os meias habilidosos foram perdendo terreno.

Nesta Copa vimos claramente quais seleções estavam a fim de jogar bola e quais estavam afim de não perder e, se possível, ganhar alguma coisa.

Historicamente, a Alemanha apresenta um futebol de forte marcação sem grandes jogadores habilidosos. Desta vez isso não aconteceu. Vimos uma equipe repleta de bons (e jovens) jogadores, encantando os apaixonados do futebol com grandes partidas e muitos gols. Thomas Muller foi eleito a revelação da Copa.

Já a Holanda abdicou de seu estilo sempre técnico e adotou o padrão "jogo certinho", fortalecendo a defesa e apostando nos contra-ataques e na técnica de Hobben e Sneidjer. Seu técnico declarou: "Sempre vimos a Holanda jogando um belo futebol e sempre perdendo campeonatos. Desta vez viemos para ganhar".

Quanto ao Brasil, bobagem gastar meu tempo para escrever e o seu tempo para ler. Todos sabemos como Dunga vê o futebol. Mas todos nós também sabemos qual foi o resultado de sua escolha.

Mas, felizmente, o vírus Futebolis Resultantis, não contagiou a todos. Sem nenhuma dúvida, Uruguai e Espanha nos brindaram com as melhores partidas desta Copa. O Uruguai, mesmo limitado tecnicamente, dependendo praticamente de Diego Forlan (Bola de Ouro da Copa) e Luiz Suarez, não teve medo de atacar, mesmo tendo um goleiro muito fraco e inseguro. Perdeu para Holanda na semi e Alemanha na disputa do terceiro lugar, jogando pra frente e marcando gols, sem medo de ser feliz.

E a Espanha, que não é de hoje vem apresentando um belíssimo futebol, começou perdendo para a Suiça e, mesmo assim, manteve seu estilo de muito toque de bola e finalizações ao gol. Em alguns momentos seus jogadores chegaram a ser irresponsáveis ao tentarem um toque a mais antes de finalizar para o gol. E acabaram perdendo inúmeras chances de balançar as redes.

E venceu. Venceu e convenceu. Deixou para trás aquela sina de sempre amarelar nos momentos decisivos. Vicente Del Bosque não atrapalhou e manteve o estilo de jogar, que herdou da campanha vencedora da Euro 2008. E uma observação das mais importantes: sem jogar no esquema defensivista, a Furia obteve uma marca que nenhuma outra seleção conseguiu: passou os quatros jogos do mata-mata, inclusive com prorrogação, sem tomar nenhum gol. Além disso ganhou também o troféu Fair Play como a seleção mais disciplinada da Copa.
Será que esta não é a maior prova de que a melhor defesa é o ataque?

Parabéns Espanha por entrar no seleto grupo das seleções campeãs do mundo.

FICHA TÉCNICA
Holanda 0 x 1 Espanha

Gol da Espanha: Iniesta, aos 11min do 2º tempo da prorrogação

Esquema Tático da Holanda
4-2-3-1
Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst (Braafheid); Van Bommel e De Jong (Van der Vaart); Robben, Sneijder e Kuyt (Elia); Van Persie. Técnico: Bert van Marwijk

Esquema Tático da Espanha
4-2-3-1
Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Cadpevila; Busquets e Xabi Alonso (Fàbregas); Pedro (Jesús Navas), Xavi e Iniesta; David Villa (Fernando Torres).
Técnico: Vicente del Bosque

Cartões amarelos
Holanda: Van Persie, Van Bommel, De Jong, Van Bronckhorst, Robben, Van der Wiel e Mathijsen

Espanha: Puyol, Sergio Ramos, Capdevila, Iniesta e Xavi

Cartão vermelho

Holanda: Heitinga

Árbitro Howard Webb (ING)

Local: Estádio Soccer City, Johannesburgo

Público: 84.490

Comparativo completo
Holanda x Espanha
56 Bolas perdidas 61
6 Bolas recuperadas 5
229 Bolas recebidas 499
7 Cartões amarelos 5
1 Cartões vermelhos 0
15 Cruzamentos (total) 21
20 Aproveitamento (%) 28,6
3 Cruzamentos certos 6
12 Cruzamentos errados 15
162 Desarmes (total) 167
107 Desarmes completos 112
55 Desarmes incompletos 55
17 Dribles (total) 32
12 Dribles certos 25
5 Dribles errados 7
6 Escanteios conquistados 8
8 Escanteios cedidos 6
28 Faltas cometidas 19
19 Faltas recebidas 28
12 Finalizações (total) 18
6 Finalizações certas 5
0 Finalizações na trave 0
6 Finalizações erradas 13
7 Impedimentos (total) 5

Classificação final da Copa do Mundo - África do Sul 2010
Classificação - Seleção - Confederação

1º lugar - Espanha - UEFA
2º lugar - Holanda - UEFA
3º lugar - Alemanha - UEFA
4º lugar - Uruguai - CONMEBOL
5º lugar - Argentina - CONMEBOL
6º lugar - Brasil - CONMEBOL
7º lugar - Gana - CAF
8º lugar - Paraguai - CONMEBOL
9º lugar - Japão - AFC
10º lugar - Chile - CONMEBOL
11º lugar - Portugal - UEFA
12º lugar - Estados Unidos - CONCACAF
13º lugar - Inglaterra - UEFA
14º lugar - México - CONCACAF
15º lugar - Coreia do Sul - AFC
16º lugar - Eslováquia - UEFA
17º lugar - Costa do Marfim - CAF
18º lugar - Eslovênia - UEFA
19º lugar - Suíça - UEFA
20º lugar - África do Sul - CAF
21º lugar - Austrália - AFC
22º lugar - Nova Zelândia - OFC
23º lugar - Sérvia - UEFA
24º lugar - Dinamarca - UEFA
25º lugar - Grécia - UEFA
26º lugar - Itália - UEFA
27º lugar - Nigéria - CAF
28º lugar - Argélia - CAF
29º lugar - França - UEFA
30º lugar - Honduras - CONCACAF
31º lugar - Camarões - CAF
32º lugar - Coreia do Norte - AFC

HOLANDA X ESPANHA - A FINAL EM NÚMEROS

Algumas estatísticas interessantes dos dois finalistas e da história deste grande duelo.

54
pontos em 54 possíveis foi o que conquistaram juntas Espanha e Holanda nas eliminatórias para a África do Sul 2010. Apenas o Brasil em 1970 e a Alemanha Ocidental em 1982 haviam conseguido fazer uma campanha sem máculas em um torneio classificatório com cinco ou mais partidas. Ambas as seleções também chegaram à final.

38
anos de idade fazem de Howard Webb o árbitro mais jovem a apitar a final de um Mundial desde 1938, quando a função coube a Pierre Georges Louis Capdeville. Webb, o quarto juiz inglês a apitar a grande decisão, também será o primeiro a dirigir a finalíssima da Liga dos Campeões da UEFA e da Copa do Mundo da FIFA no mesmo ano.

36
anos é a idade que Andre Ooijer comemora hoje. O zagueiro holandês será o segundo jogador a disputar a final do maior evento esportivo do mundo no dia do seu aniversário. O primeiro havia sido Jürgen Grabowski, que chegou aos 30 quando ajudou a Alemanha Ocidental a derrotar a Holanda em 1974.

18
finais consecutivas antes da deste domingo haviam contado com a presença de Alemanha, Argentina, Brasil ou Itália. Além de deixar de fora as seleções mais tradicionais, um dos finalistas da África do Sul 2010 será o oitavo país a conquistar o título mundial e a primeira seleção europeia a vencer a competição fora do seu continente.

15
finais consecutivas desde 1954 tiveram ao menos uma seleção europeia. A última Copa do Mundo da FIFA decidida por dois selecionados de fora do Velho Continente foi no Brasil 1950, quando os donos da casa perderam por 2 a 1 para o Uruguai em uma derrota histórica.

14
vitórias seguidas conquistou a Holanda no caminho até a final da África do Sul 2010. Se vencer hoje, a Laranja Mecânica será apenas a segunda seleção a registrar um saldo perfeito na campanha de um Mundial desde as eliminatórias. Até hoje, apenas o Brasil conseguiu a façanha, em 1970. Os holandeses também estão prestes a igualar outro recorde da Seleção Brasileira, alcançado em 2002, quando Ronaldo, Rivaldo e companhia venceram as sete partidas para garantirem o pentacampeonato mundial.

12
nações já estiveram representadas na decisão da Copa do Mundo da FIFA. A Espanha acaba de se juntar ao seleto grupo, que conta com nove selecionados europeus.

8
seleções que abriram o placar na final acabaram não ficando com o troféu. A antiga Tchecoslováquia conheceu essa decepção duas vezes, contra a Itália em 1934 e contra o Brasil em 1962. A virada mais famosa foi na partida que ficou conhecida como o Milagre de Berna, quando a Hungria abriu dois gols de vantagem, mas acabou perdendo por 3 a 2 da Alemanha Ocidental em 1954. No entanto, embora sofrer o primeiro gol não seja irreversível, ir para o intervalo perdendo geralmente é fatal. Apenas uma equipe ficou com o título, apesar de terminar o primeiro tempo atrás no marcador. Na primeira edição da Copa do Mundo da FIFA, o Uruguai iniciou a etapa complementar perdendo por 2 a 1 da Argentina, mas conseguiu virar para 4 a 2.

5
gols fazem com que David Villa e Wesley Sneijder liderem a artilharia da Copa do Mundo da FIFA 2010, ao lado de Thomas Müller e Diego Forlán. Villa e Sneijder são os principais goleadores dos dois finalistas. Apenas em quatro ocasiões o artilheiro da competição pertencia à seleção que levantou a taça.

4
partidas sem derrota diante da Espanha é o retrospecto que a Holanda levará para a final. Os holandeses venceram três e empataram um dos quatro últimos confrontos com a Fúria. No último encontro, em 2002, o autor do gol da vitória foi o atual assistente técnico da seleção holandesa, o ex-zagueiro Frank de Boer.

3,8
é a média de gols na história das finais da Copa do Mundo da FIFA. Apenas uma decisão, entre Brasil e Itália nos EUA 1994, terminou empatada em 0 a 0. A Seleção Brasileira também participou da final com a maior chuva de gols até hoje, em 1958, quando venceu a Suécia por 5 a 2.

3
selecionados perderam a sua partida de estreia no Mundial e conseguiram se recuperar e chegar à final. Um dado que pode ser preocupante para a Espanha é que todas — Alemanha Ocidental (1982), Argentina (1990) e Itália (1994) — foram apenas vice-campeãs.

2,44
pontos por partida é a marca com que o técnico Bert van Marwijk chegará à final. Sob o seu comando, a Holanda venceu 20 jogos, empatou seis e perdeu apenas um. É o melhor aproveitamento já registrado por um treinador da seleção holandesa.

2
gols bastam para que Wesley Sneijder se iguale a Johnny Rep como maior goleador da Holanda na Copa do Mundo da FIFA. O craque da Internazionale também poderá se tornar o primeiro jogador a conquistar a tríplice coroa e o Mundial na mesma temporada.

1
gol é do que precisa David Villa para empatar com Raúl como o maior artilheiro da história da seleção espanhola.

1
gol de vantagem deu a vitória à Holanda nas últimas cinco partidas disputadas pelo país no Mundial. Nenhuma seleção havia feito isso antes.

0
gol sofreu a Espanha no primeiro tempo de todas as partidas até aqui na África do Sul 2010. A Fúria também foi a segunda seleção a chegar à final depois de vencer os três jogos anteriores da fase de mata-mata por 1 a 0. A Alemanha havia conseguido o feito em 2002, com vitórias magras sobre Paraguai, Estados Unidos e Coreia do Sul.

Fonte: FIFA.COM

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Holanda x Espanha - 19ª final de copas

No próximo domingo, dia 11 de julho, o mundo conhecerá o mais novo integrante do seleto grupo de países campeões mundiais. Holanda x Espanha farão a final da 19ª Copa do Mundo de Futebol da FIFA.
Lá se vão 80 anos desde que Montevidéu presenciou a conquista da Celeste Olímpica. Até aqui, somente sete seleções atingiram o máximo posto do futebol nas 18 edições anteriores. Brasil (5 vezes) - Itália (4 vezes) - Alemanha (3 vezes)- Argentina (2 vezes) - Uruguai (2 vezes) - Inglaterra (1 vez) e França (1 vez). Domingo conheceremos a oitava seleção.
Holanda já esteve muito perto em duas ocasiões: 1974 perdeu para a Alemanha por 2 x 1 e na copa seguinte, derrota para a Argentina por 3 x 1. Já a Espanha jamais havia chegado nem em uma final.

A final com o maior número de gols foi em 1958: Brasil 5 x 2 Suécia. E a única final que terminou em 0 x 0 também teve a presença do Brasil, em 1994, contra a Itália.

A maior diferença de gols em uma final também pertence ao Brasil, duas vezes: uma a favor e outra contra. A favor, Brasil 4 x 1 Itália, em 1970 no México. Contra, Brasil 0 x 3 França, em 1998, na França.

Brasil e Alemanha já estiveram em sete finais cada país. Mas o Brasil tem cinco vitórias e duas derrotas, enquanto os germânicos tem três vitórias e quatro derrotas.
Nessas sete finais, o Brasil anotou 14 gols, média de 2,0 por final. A Alemanha marcou 11 vezes, tendo média de 1,57.

Itália balançou as redes 11 vezes nas seis finais, ficando com a média de 1,83.

Nestas 19 edições, somente países europeus e sul-americanos marcaram presença nas finais da Copa. São até aqui nove da europa (Alemanha, Itália, Espanha, França, Hungria, Holanda, Inglaterra, Suécia e Tchecoslováquia) e três da América do Sul (Argentina, Brasil e Uruguai).

FINAIS DE TODAS AS COPAS DO MUNDO

1930
Uruguai 4x2 Argentina

1934
Itália 2x1 Tchecoslováquia

1938
Itália 4x2 Hungria

1950
Uruguai 2x1 Brasil

1954
Alemanha 3x2 Hungria

1958
Brasil 5x2 Suécia

1962
Brasil 3x1 Tchecoslováquia

1966
Inglaterra 4x2 Alemanha

1970
Brasil 4x1 Itália

1974
Alemanha 2–1 Holanda

1978
Argentina 3x1 Holanda

1982
Itália 3x1 Alemanha

1986
Argentina 3x2 Alemanha

1990
Alemanha 1x0 Argentina

1994
Brasil 0x0 Itália (Brasil 3 x 2 nos penaltis)

1998
França 3x0 Brasil

2002
Brasil 2x0 Alemanha

2006
Itália 1x1 França (Itália 5 x 3 nos penaltis)

2010
Holanda x Espanha

terça-feira, 6 de julho de 2010

Rapidinhas sobre a Copa 2010

TÉCNICO DERROTADO, MAS RESPEITADO

Praticamente todos os técnicos que perdem uma Copa com a seleção brasileira acabam também perdendo o respeito do torcedor e são alvos de críticas ferozes. Mas teve um técnico que, mesmo perdendo duas copas, permaneceu no coração do torcedor brasileiro.
Em 1982 o Brasil chorou a derrota para a Itália naquela que foi chamada a "Tragédia de Sarriá". Um time repleto de craques e que encheu os olhos do amantes do futebol mundo afora. Telê Santana perdeu o cargo após a derrota, mas não perdeu a admiração do torcedor. E voltou quatro anos depois, na Copa do México em 1986, sofrendo nova derrota. Passou a ser chamado de pé frio, mas não de burro. Alguns anos depois, já no São Paulo Futebol Clube, voltou a encantar o mundo com um time que jogava o futebol que todos gostamos. E finalmente conquistou o Brasil, a América e o Mundo.
Telê deveria ser o exemplo de todos que se atrevem a comandar um time de futebol.

ALEMANHA À BRASILEIRA

O Brasil, sob o comando de Dunga e inspirado no futebol de resultados de Parreira, seu mestre, foi eliminado praticando um estilo europeu de se jogar bola. Meio de campo recheado de jogadores limitados tecnicamente e fortes na marcação, visando sempre contra atacar o adversário. Estilo este muito usado pelas diversas seleções da Alemanha ao longo da história das Copas.
Mas eis que, surpreendentemente, vimos uma estréia da seleção germânica vencendo a Austrália por 4 x 0. Pensamos: "É apenas a Austrália".
Veio então as oitavas, pegando nada mais nada menos que a Inglaterra, que se não tem um timaço atualmente, tem tradição e nome. E novamente vemos uma Alemanha praticando um futebol a lá brasilianich, com muito toque de bola, jogadores habilidosos e gols, muitos gols e um volume de jogo impressionante.
Para o bem do futebol, o estilo pragmático e defensivista não está prevalecendo nesta Copa. Bendito seja Joachim Löw e sua coragem de jogar pra frente. O mundo do futebol te agradece.

CELESTE OLÍMPICA - SEU LUGAR É SEMPRE ENTRE OS GRANDES

Nos anos de 1920 o mundo do futebol era azul celeste. A belíssima camisa da seleção uruguaia estava em todos os pódios das disputas do futebol mundial. Os torneios olímpicos de futebol eram praticamente a Copa do Mundo da época.

Em 1924, nas Olimpíadas de Paris, o Uruguai conquistou a primeira medalha de ouro.
Uruguai 7 x 0 Iugoslávia
Uruguai 3 x 0 Estados Unidos
Uruguai 5 x 1 França
Uruguai 2 x 1 Holanda
Uruguai 3 x 0 Suiça

Nos Jogos Olímpicos de 1928, realizados em Amsterdã, Holanda, chegou ao Bicampeonato, com a seguinte campanha:
Uruguai 2 x 0 Holanda
Uruguai 4 x 1 Alemanha
Uruguai 3 x 2 Itália
Uruguai 1 x 1 Argentina
Uruguai 2 x 1 Argentina (jogo desempate)

Venceu as duas seleções da casa (França e Holanda) além de superar as grandes equipes européias.

Devido a essas conquistas ganhou o título popular de CELESTE OLIMPÍCA e o direito de sediar a primeira copa do mundo, em 1930, da qual também saiu vencedor, com a seguinte campanha.

Uruguai 1 x 0 Peru
Uruguai 4 x 0 Romenia
Uruguai 6 x 2 Iugoslávia
Uruguai 4 x 2 Argentina

20 anos depois viria a conquista ainda mais consagradora, derrotando o Brasil no conhecido "maranaço". E a campanha uruguaia foi esta:

Uruguai 8 x 0 Bolívia
Uruguai 2 x 2 Espanha
Uruguai 3 x 2 Suécia
Uruguai 2 x 1 Brasil

Mais 20 anos se passaram e, na Copa do México, em 1970, os uruguaios chegaram até as semifinais, quando foram superados pelo fortíssimo time do Brasil de Pelé, jairzinho, Gérson, Rivelino, Tostão e cia.

Posteriormente viria um período negro da azul celeste, com ausências em Copas ou campanhas muito abaixo do merecimento do futebol uruguaio.

Jogadores que se destacaram no cenário mundial vestindo a azul celeste:
Alcides Ghiggia
Álvaro Recoba
Angel Romano
Atílio Ancheta
Daniel Fonseca
Darío Pereyra
Dário Silva
Diego Forlán
Diego Lugano
Enzo Capenga
Enzo Francescoli
Fabian Carini
Fernando Morena
Gonzalo Sorondo
Héctor Scarone
Hugo de León
José Leandro Andrade
Alberto Schiaffino
Juan Guillermo Castillo Iriart
Ladislao Mazurkiewicz
Obdulio Jacinto Varela
Pablo Bengoechea
Pablo Forlán
Paolo Montero
Pedro Rocha
Pedro Perucho Petrone
Rubén Sosa
Rodolfo Rodríguez

A seleção atual, que pode ainda conquistar o 3º lugar na Copa da África, tem os seguintes destaques:

Sebastián Abreu
Waldemar Victorino
Jonathan Urretavizcaya
Maximiliano Pereira
Álvaro Pereira
Cristian Rodríguez
Jorge Fucile
Luis Suárez

Parabéns CELESTE OLIMPÍCA. E que permaneça sempre entre os primeiros do mundo do futebol, pois esse é, historicamente, o seu lugar.

domingo, 4 de julho de 2010

Reflexões pós-eliminação



Passados dois dias da derrota do Brasil para a seleção da Holanda, podemos fazer algumas reflexões a respeito do ocorrido.

Muito já se falou e se escreveu e diferentes opiniões e pontos de vistas foram colocados pelos especialistas do futebol. Claro que não existe apenas uma verdade, mas as verdades, assim como não foi apenas um motivo que levou à eliminação e sim o conjunto da obra.

Ao longo de seus quase quatro anos à frente do comando da seleção, Dunga convocou 87 jogadores, conforme relação abaixo:

Goleiros
Renan (Internacional)
Diego Alves (Almería)
Victor (Grêmio)
Fábio (Cruzeiro)
Gomes (Tottenham)
Hélton (Porto)
Júlio César (Internazionale)
Cássio (Grêmio)
Doni (Roma)

Laterais
Leonardo Moura (Flamengo)
Richarlyson (São Paulo)
Nei (Atlético-PR)
Filipe Luís (La Coruña)
Leonardo (Olympiakos)
Juan (Flamengo)
Adriano (Sevilla)
Carlinhos (Santos)
Kléber (Internacional)
Rafinha (Schalke 04)
André Santos (Fenerbahce)
Michel Bastos (Lyon)
Fábio Aurélio (Liverpool)
Ilsinho (Shakhtar)
Cicinho (Roma)
Maicon (Internazionale)
Marcelo (Real Madrid)
Gilberto (Cruzeiro)
Daniel Alves (Barcelona)

Zagueiros
Alex (Chelsea)
Edmílson (na época no Barcelona)
Juan (Roma)
Alex Silva (São Paulo)
Thiago Silva (Milan)
Miranda (São Paulo)
Breno (Bayern de Munique)
Léo (Grêmio)
Henrique (Palmeiras)
Lúcio (Internazionale)
Luisão (Benfica)
Gladstone (na época no Cruzeiro)
Edu Dracena (na época no Fenerbahce)
Naldo (Werder Bremen)

Meio-Campistas
Charles (Cruzeiro)
Fernandinho (Shakhtar)
Ramires (Benfica)
Alex (Spartak Moscou)
Felipe Melo (Juventus)
Carlos Eduardo (Hoffenheim)
Fábio Simplício (Palermo)
Kleberson (Flamengo)
Ronaldinho Gaúcho (Milan)
Lucas (Liverpool)
Mineiro (Hertha Berlin)
Diego (Juventus)
Fernando (Bordeaux)
Tinga (Borussia Dortmund)
Denílson (Arsenal)
Josué (Wolfsburg)
Zé Roberto (Santos)
Anderson (Manchester United)
Hernanes (São Paulo)
Thiago Neves (Fluminense)
Dudu Cearense (CSKA)
Gilberto Silva (Panathinaikos)
Jônatas (Flamengo)
Wagner (Cruzeiro)
Elano (Galatasaray)
Morais (Vasco)
Julio Baptista (Roma)
Daniel Carvalho (CSKA)
Kaká (Real Madrid)

Atacantes
Diego Tardelli (Atlético-MG)
Hulk (Porto)
Rafael Sobis (Betis)
Ricardo Oliveira (Milan)
Adriano (Flamengo)
Jô (CSKA)
Fred (Lyon)
Robinho (Santos)
Vágner Love (CSKA)
Afonso (Heerenveen)
Luís Fabiano (Sevilla)
Alexandre Pato (Milan)
Bobô (Besiktas)
Pedro Oldoni (Atlético-PR)
Nilmar (Villarreal)
Mancini (Internazionale)

Alguns desses 87 tiveram muitas chances. Outros foram convocados para amistosos e nem sequer entraram em campo e não foram chamados na convocação seguinte. Nestes casos, parece que a única observação feita foi sobre o comportamento desse jogador, pois não se justificaria uma reprovação a seu futebol, visto que o mesmo não foi analisado.

No dia 11 de maio, Dunga apresentou a lista dos 23 que iriam para a África. A partir daqui passo a chamar esse grupo de “Os Amigos de Dunga”.
O treinador argumentou sua escolha colocando como critérios o COMPROMETIMENTO, a COERÊNCIA e a CONVICÇÃO. Os selecionados foram aqueles que demonstraram estar seguindo a cartilha estabelecida pelo treinador.

Diante disso, alguns critérios foram deixados de lado como: atual fase do jogador, qualidade técnica e adaptação a esquemas de jogo, por exemplo.
Nas entrevistas de alguns jogadores, ficou claro que tinham frases prontas para todas as perguntas dos jornalistas. Tudo se resumia em “estar no grupo”, “colaborar e ajudar”.

O termo “servir à pátria” também foi colocado várias vezes, tanto por Dunga quanto por seu grupo de amigos. Neste momento, o grupo se transformava em “guerreiros” – inclusive com um comercial da Brahma reforçando estrategicamente essa idéia – e Dunga era o comandante.

O grupo de amigos foi então colocado em uma redoma. A imprensa não teria mais acesso. Os treinamentos eram escondidos das câmeras, talvez para não ter questionamentos sobre a eficácia e qualidade dos mesmos.
Pouco ou praticamente nada se falou em esquema tático, sistema de jogo ou estudar o adversário.

E o grupo de amigos, agora transformado em “um grupo de soldados”, foi preparado para uma guerra. E o pior: só foi preparado para vencer essa guerra. Dunga falava de um grupo vencedor, que conquistou tudo que disputou (leia-se Copa América – Copa das Confederações e Eliminatórias). Não passava pela cabeça, nem do comandante e nem dos comandados, de que em algum momento poderiam ser derrotados. Ou ao menos que em alguma determinada batalha, eles poderiam ficar em desvantagem.

Vieram então os três primeiros adversários. Coréia do Norte era a estréia, todos nervosos e a batalha foi vencida, mesmo tendo uma baixa, com o gol do adversário ao final da contenda.

Depois veio Costa do Marfim. Os soldados brasileiros foram alertados sobre um dos jogadores adversários que estava ferido e merecia ser vigiado e atacado o tempo todo. Drogba jogou e foi xingado pelo comandante do exército, gratuitamente. Mais uma vitória e a defesa bem armada vacilou e sofreu outra baixa.

Nesse dia, o comandante se sentiu atacado e perseguido até mesmo por quem não era adversário. E resolveu atacar e agredir até mesmo quando a batalha já havia se encerrado.

Posteriormente, amistoso contra os patrícios, menos para o soldado Felipe Melo que desferiu violentos e impiedosos golpes contra os joaquins e manuéis.

O próximo adversário da guerra seria o Chile. Não ofereceu resistência e mais uma batalha foi vencida. A impressão que ficara era de que “nosso exército está impondo o medo e nenhum outro adversário vai ousar nos atacar”.

Mas, eis que surge no caminho um adversário de uniforme laranja, pacatos, dispostos apenas a fazer aquilo que o mundo inteiro queria ver: jogar futebol. E nem precisaram jogar tanto assim. Criaram algumas chances e logo estavam vencendo a batalha, impondo ao exército de azuis o primeiro revés. A autoconfiança deu lugar ao desespero. Olharam para o trono do comandante e o viram xingando e esmurrando a tudo, com raiva nos olhos e nenhuma palavra ou orientação de como seguir e reverter o resultado da batalha que estava sendo perdida.

De repente, um dos soldados exibe ao mundo toda sua ira, pisando covardemente na perna do jogador de laranja. Um soldado a menos em campo e o grupo de amigos agora se sente acuado, sem forças, olhando para baixo, sentindo que a vitória dessa guerra está cada vez mais distante. Um olha para o outro na espera de uma força, mas nada acontece.

E na cabeça dos soldados passam várias interrogações:
Nós poderíamos ser derrotados? Existem outros guerreiros mais fortes do que nós? Nós não fomos treinados durante quatro anos para alcançar esta vitória? Como ousam nos tirar essa glória?

Fim da guerra e a batalha está perdida. Os soldados baixam as cabeças, envergonhados, não sabendo o que está acontecendo. Olham para o comandante, mas este foi o primeiro a fugir da trincheira, deixando seu grupo de amigos totalmente abandonados, sem ao menos estender a mão ou dar um abraço de apoio.
Os soldados retornam e somente pequenos grupos se apresentam para recepcioná-los. Com medo, imaginando outra possível guerra na própria pátria, eles fogem pelas portas dos fundos.

E lá, onde foram realizar a guerra imaginária, a festa do esporte continua. Quatro seleções – e não exércitos – permanecem na disputa pelo título de melhor time do mundo e não de melhor esquadrão de soldados. Vemos uma Alemanha e uma Espanha, jogando futebol ao melhor estilo brasileiro, com muito toque de bola, rapidez e busca incessante do gol.



Penso que os motivos da derrota estão mais do que claros. Precisamos de atletas e grandes jogadores, não de guerreiros. O futebol é um esporte e como tal deve ser tratado. Claro que a entrega em campo deve ser total, com garra e disposição até o último minuto de jogo. Mas isso jamais deverá ser confundido com uma guerra e vontade de destruir o adversário. Quando isso acontece, a criatividade é sufocada e a razão dá lugar para o instinto.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quem é o comandante maior?

No dia 24 de Julho de 2006 eu escrevi no meu antigo blog sobre Dunga assumindo o comando da seleção. Apostava que ele não seria o treinador na Copa da África. Errei na aposta, mas acertei na análise que fiz naquela ocasião.
http://gritodegol.blog.terra.com.br/2006/07/24/selecao-brasileira-no-reino-da-branca-de-neve/

Hoje, 2 de julho de 2010, quase quatro anos após assumir o cargo, Carlos Caetano, o Dunga, dá sinais de que está se despedindo como técnico da seleção, após derrota para seleção holandesa que valeu a volta para a casa e o fim do sonho do hexa.

É normal procurar culpados logo após um fracasso. Foi assim em 1990, quando o próprio Dunga foi o escolhido pela imprensa e pela torcida, após a derrota de 1 x 0 para a Argentina. Já em 1998, na perda da final para a França, Ronaldo teria amarelado no momento mais crucial. Em 2006 foi Roberto Carlos e seu meião, bem como toda a Comissão Técnica que liberou a festa geral na concentração.

Este ano o posto de vilão ficou para a Felipe Melo e Dunga.

Mas, tem um personagem comum em todas estas derrotas e que poucos ou quase ninguém ousa apontar o dedo. Ele é presença constante no topo do comando da seleção e da CBF desde 1989. Já sabe quem é?

Ele mesmo, Ricardo Teixeira. E talvez só deixe esse cargo se conseguir algo maior, seu próximo objetivo, que é ser presidente da FIFA, seguindo os passos de seu sogro, João Havelange.

RT deu carta branca para Dunga. Vieram as enganosas conquistas de Copa América, Confederações e Eliminatórias, assim como fez Carlos Alberto Parreira. Comparar estas competições com a Copa do Mundo, é igual comparar Campeonatos Estaduais com Brasileirão. O fato de se vencer esses campeonatos não é garantia de sucesso em Copas.

Dia 11 de maio, por ocasião da convocação dos 23 nomes para a Copa, três palavras predominaram: Coerência, Comprometimento e Patriotismo. Estes foram os critérios usados para fazer a seleção, ou seja, escolher os melhores que iriam para a Copa.

Mas, e os critérios qualidade e momento do jogador? Isso não conta? Vale mais um comportamento do que um talento que surge mas que nunca teve a oportunidade de vestir a amarelinha?

Diante desses critérios dunguísticos, tivemos que engolir nomes como:

Gilberto - Em péssima fase no Cruzeiro, que às vezes joga de meia outras de lateral, e que foi expulso algumas vezes este ano.

Felipe Melo - Reserva da Juventus, expulso ou suspenso nas poucas vezes em que jogou no campeonato italiano neste semestre. Com ele de titular no começo da temporada, a Velha Senhora foi se afundando na tabela.

Michel Bastos - Joga no Lyon como meio-campista pela direita e tem como ponto forte os deslocamentos para o meio preparando assim seu potente e preciso chute de esquerda. Na seleção jogou como lateral esquerdo, posição em que jogava há três anos no Figueirense.

Kleberson - Reserva no Flamengo

Julio Baptista - Reserva na Roma

Doni, convocado por ter peitado a direção da Roma quando de uma convocação, mostrando todo seu "patriotismo".

Levar em conta apenas a lealdade e o comprometimento para se convocar uma seleção para a Copa do Mundo poderia ser um critério válido em 1930 ou 1934. Mas, em pleno 2010, com tantos recursos tecnológicos que medem tudo que um atleta apresenta em 90 minutos, é simplesmente inaceitável.

Dunga montou um grupo de jogadores amigos entre si, mas não um time de futebol. O Brasil não apresentou nada de espetacular ou diferente em seus jogos de preparação ou nas quatro partidas iniciais da Copa. Seu favoritismo deveu-se somente pela qualidade individual de alguns jogadores e pela tradição.

A única seleção que resolveu se impor frente ao Brasil, a Holanda, obteve uma vitória jogando praticamente 45 minutos, pois nem no primeiro tempo eles foram pra cima. Analisar e projetar uma equipe como forte candidata ao título tendo como base adversários do nível de Coréia do Norte, Costa do Marfim, Portugal e Chile, é somente para torcedores realmente apaixonados.

Agora sai o Dunga, deixando novamente o país sem uma base definida para 2014. Espero que o próximo a assumir o cargo olhe com bons olhos para o talento do futebol brasileiro e monte uma equipe de grandes jogadores e não de amigos leais. E que o futebol de talentos volte a encantar o mundo.

Chega de futebol de resultados. Mas nunca devemos esquecer: o verdadeiro culpado de tudo que acontece na seleção desde 1989 tem um nome e todos já sabem quem é.