domingo, 20 de junho de 2010

O rancor de um homem

Desde que ssumiu o posto mais elevado para um treinador no futebol brasileiro, Dunga vem soltando o vocabulário e disparando sua metralhadora giratória contra profissionais da imprensa nacional.
Esse rancor não é de agora. Dunga se sente o perseguido, desde que foi lançada a frase "A era Dunga" que representava um estilo de se jogar futebol baseado na força e não na habilidade. Esse estilo foi adotado na era Lazzaroni, na preparação para a Copa de 1990, onde o atual técnico do selecionado nacional era o volante, cabeça de área e responsável pela marcação dos meias do adversário.
O desenpenho na Copa da Itália foi um dos piores da história do Brasil em mundiais, com um futebol medíocre e a eliminação nas oitavas de final para a Argentina de Maradona e cia.
Dunga não podia responder às críticas - merecidas por sinal. Era apenas um jogador.
Veio a Copa dos Estados Unidos e o volante teve a primeira oportunidade de se vingar, sendo o capitão de Parreira e erguendo a taça, novamente com um estilo de jogo longe dos padrões brasileiros de se jogar futebol. O importante era a conquista.
Já em 1998, em sua última copa, Dunga não pode se sentir por cima de todos e de tudo. O Brasil foi derrotado.
Veio então o fracasso de 2006, com a seleção de Parreira novamente e o clima de já ganhou. Deu no que deu e todos sabem o final.
Após a copa, Dunga foi anunciado como o treinador da seleção, para surpresa geral de imprensa e torcedores, sem nunca ter treinado nem time de categorias de base. Chegou com carta branca para instalar o estilo linha dura na seleção. Convocou jogadores desconhecidos e que nunca tinham sido convocados. Alguns destes jogadores estão na seleção ainda hoje. Outros apenas passaram e conseguiram boas negociações para outros clubes.
Dunga sabia que agora tinha o poder nas mãos. Era tudo que precisava para revidar as críticas que houvera recebido.
Suas entrevistas coletivas se transformaram no seu palanque, onde solta suas ideias nacionalistas, misturando futebol com patriotismo. Não admite críticas. Quem não pensa como ele, cedo ou tarde será xingado ou tratado ironicamente.

Hoje, na coletiva após a merecida vitória contra Costa do Marfim, ele estrapolou todos os limites da ética e da educação. Xingou abertamente o jornalista da Rede Globo, Alex Escobar. O mundo inteiro estava vendo e ouvindo. Eu estava assistindo a coletiva com minha filha do lado. Seus palavrões entraram nos lares de milhares de família do Brasil e do mundo, inclusive em sua própria casa e na casa de seus familiares.
Ninguém merece isso. Nem o jornalista ofendido grosseiramente e nem nós, meros torcedores.

Poderíamos até imaginar que haveria alguma advertência ao treinador por parte do comando da CBF. Mas, esperar isso de Ricardo Teixeira e Andrés Sanchez seria demais. Com toda certeza eles compartilham dessa lamentável postura e má educação.

Um cargo tão importante como esse não poderia, jamais, estar nas mãos de um homem cuja personalidade transborda em rancores e falta em educação.

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